Por: Estêvão Silvestre Cambindja Chaves, Coordenador do PDAC.
Angola vive um momento em que o Agronegócio está a ser privilegiado com várias e excelentes oportunidades, o que não se verificava em décadas anteriores. Os investimentos públicos do Governo angolano têm se alargado com celeridade ao campo e, em paralelo, a aposta do PDAC no reforço da capacitação, na ciência e tecnologia, em parceria com equipas de assistência técnica e institutos nacionais de investigação, parecem estar em coordenação com a estratégia nacional.
O PDAC, na sua génese, carrega consigo inúmeras virtudes de extrema importância para o crescimento qualitativo e quantitativo da Agricultura em Angola, das quais gostaria de realçar as seguintes:
1. O financiamento à cadeia de valor, e não só à produção. O agronegócio só terá sucesso se as cadeias de valor estiverem devidamente estruturadas. Falamos aqui da academia, desde a formação básica, técnico-profissional, ensino médio e superior, da Investigação, produção, industrialização e do comércio.
2. Uma segunda grande virtude é a Investigação, onde o Projecto na sua Subcomponente 3.2 – Investigação e desenvolvimento, traz mais valias no que concerne ao fortalecimento das competências do Instituto de Investigação Agrícola – IIA, do Instituto de Investigação Veterinária – IIV e do Instituto Nacional do Café – INCA, em parceria com o sector privado, instituições de ensino e investigação nacionais e internacionais, começando pela formação dos beneficiários, de forma a apostar-se em variedades melhoradas (Híbridos e mudas e ovos, certificados), bem como pacotes tecnológicos a serem introduzidos em projetos de produtores beneficiários.
3. A terceira grande virtude dentre várias, é proporcionar consultoria grátis, por especialistas nacionais e estrangeiros, aos produtores no que toca à elaboração de Planos de Negócio, bem como no acompanhamento técnico, desde a sementeira até à comercialização.
4. Abordamos ainda a extensão rural, enquanto factor fundamental para que se cumpra com o objectivo primordial do Projecto que é o aumento da produtividade e o acesso ao Mercado.
Das seis fileiras apoiadas pelo PDAC (Milho, feijão, soja, café, frango e ovos), quero aqui destacar duas de extrema importância: o milho e a soja. Destaco estas duas culturas por serem de grande relevância para alavancar o sector industrial, bem como o sector pecuário, enquanto matéria-prima base para a indústria de rações.
Focar o desenvolvimento das fazendas e, particularmente dos projectos do PDAC em ciência e tecnologia, com compromisso social e ambiental, é uma clara aposta na durabilidade e sustentabilidade do negócio agrícola e da prosperidade económica do país.
O uso eficiente e inteligente da água, dos insumos e o reforço de padrões de qualidade e certificação conduzem a mais e melhor saúde para as comunidades – seja por meio do consumo interno de produtos frescos, seja pelo aumento da qualidade, quantidade e variedade – Estes são alguns exemplos dos desafios e aspirações do PDAC para os quais, a ciência e a tecnologia têm necessariamente que contribuir.