Lubango – O Ministério da Agricultura apresentou, esta quarta-feira, na cidade do Lubango, província da Huíla, aos potencias beneficiários, o programa de Desenvolvimento da Agricultura Comercial de Angola (PDAC).
Trata-se de um projecto iniciado em Dezembro de 2018, cuja execução vai de 2019 a 2024, custeado pelo Governo, mediante um empréstimo do Banco Mundial e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), detinado a acções de fomento ao investimentos na agricultura comercial, orçado em 230 milhões de dólares americanos.
Em declarações à ANGOP, à margem do acto, o coordenador do PDAC, Estevão Chaves, fez saber que o programa tem como objectivo aumentar a produtividade e melhorar o acesso da produção aos mercados, contemplando as cadeias de valor seleccionadas como prioritárias.
Essas cadeias são as do cultivo do milho, feijão, café, mandioca, batata doce e rena, enquanto na pecuária, o foco está na produção de ovos e frango de corte.
Segundo o responsável, a intervenção do PDAC centra-se em dois “grandes corredores rodoviários”, o primeiro constituído pelas províncias do Cuanza Norte (11 municípios) e Malange (sete municípios), onde já foram apoiados 34 projetos.
O segundo integra as províncias do Cuanza Sul (nove municípios), Huambo (cinco), Bié ( três) e Huíla (três). Ao todo são 35 municípios, número que poderá aumentar em função do desenvolvimento das actividades a serem financiadas.
Nesta conformidade, prosseguiu, entre outros requisitos, os beneficiários devem ser agricultores individuais, produtores organizados em cooperativas ou associações instaladas nas localidades indicadas, possuir mais de 10 hectares e com produção activa.
Devem, igualmente, possuir recursos próprios correspondentes a 10 por cento do financiamento, possuir um histórico de dois anos da actividade no agronegócio, número fiscal e desenvolver um negócio que se enquadre nas cadeias de valor prioritárias.
Destacou que no caso da província da Huíla, estão seleccionados os municípios do conhecido “triângulo do milho”, nomadamente Caluquembe, com quatro cooperativas e mais de 80 associações, Caconda ( nove cooperativas e 120 associações nominais) e Chicomba (oito cooperativas).
Destacou que os financiamentos obedecem a duas janelas: uma que vai até 150 mil dólares, para a qual o PDAC comparticipa com 50% do investimento e a outra de 150 mil a um milhão de dólares, onde entra com 50% de subsídios para os primeiros 150 mil e de 30 % para o valor restante.
“Para cada uma das janelas de financiamento, os beneficiários elegíveis financiarão, pelo menos, 10 por cento em dinheiro e os investimentos vão incidir em equipamentos de colheita, arados, sementes fertilizantes, empacotadoras, transportes especializados, pequenas obras e insumos agrícolas, sendo que o PDAC garante a Assistência técnica especializada”, frisou.
Por sua vez, o director do gabinete provincial da Agricultura, Pedro Conde, disse que os municípios escolhidos são “muito” produtivos nas culturas do milho, feijão, pois detêm 60 por cento da produção, não obstante cultivarem, igualmente, os outros produtos elegíveis neste programa.
Segundo o responsável, com esse financiamento esses municípios tornar-se-ão autossustentáveis nessas vertentes, pois a produção de milho em grande escala vai estimular a produção de frangos e de ovos, uma actividade que precisa de impulso, pois a existente é em pequena escala a nível familiar.
Fonte: ANGOP